Processo
de caducidade do contrato e nova modelagem jurídica para a gestão do presídio
estão na pauta
Recife
- A
Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa (CCJ)
decidiu em reunião nesta terça-feira (04) que encaminhará um convite ao
Procurador Geraldo do Estado, Antônio César Caúla, para que ele possa dar mais
detalhes sobre as medidas que serão tomadas pela gestão estadual em relação ao
Presídio de Itaquitinga, que está com as obras paralisadas desde 2012.
Recentemente, o governador Paulo Câmara, e o
secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, confirmaram o rompimento
do contrato de Parceria Público Privada (PPP) para a construção e gestão do
centro de ressocialização. Com a decisão, o Estado passa a assumir a administração
da penitenciária.
Para o líder da oposição e membro da CCJ,
deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), as declarações do secretário e do
governador foram pouco elucidativas em relação aos próximos passos que devem
ser dados para que “se desate o nó” de Itaquitinga. “Os membros da CCJ querem
ouvir detalhes sobre o processo de caducidade do contrato com a empresa privada
responsável pela construção do presídio, e também conhecer a nova modelagem
jurídica que irá vigorar após a extinção do modelo de PPP”, explica Costa Filho
(PTB).
Também integrante da CCJ e da bancada
oposicionista, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) diz que os
esclarecimentos do Procurador Geral do Estado podem contribuir para que a Casa
Legislativa, e a população, participem da discussão sobre o futuro de
Itaquitinga.
“O presídio está sob intervenção do Governo
há mais de seis meses, quando foi decretado estado de emergência no sistema
prisional, mas até hoje não sabemos o que deu de errado em um modelo de PPP que
funciona em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo e como o Estado pretende
lidar com os prejuízos decorrentes da extinção do contrato”, afirma Teresa. Ela
cita a dívida de mais de R$ 50 milhões deixadas junto aos fornecedores e um
empréstimo da ordem de R$ 250 milhões obtido junto ao Banco do Nordeste.
Costa Filho reforçou ainda que está mantida a
proposta de realização de uma audiência pública sobre Itaquitinga no próprio
município, na Mata Norte do Estado, ainda neste mês de agosto, para que a
população possa ser informada sobre os próximos passos de retomada do projeto.
“Um equipamento do porte deste presídio tem impactos sobre a vida do município.
É importante que as pessoas tenham previsão de quando as obras retornarão à
normalidade”, afirma.
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