Nesta terça-feira, 11, os Agentes Federais, Escrivães e
Papiloscopistas de Pernambuco farão a primeira de três paralisações pontuais,
agendadas para os meses de fevereiro e março. Liderados pelo SINPEF/PE, os
policiais federais pernambucanos irão parar em adesão à greve de 24 horas que acontece
em todo o país. Os motivos são os mesmos que levaram a categoria a protestar
com o “Algemaço” na última sexta-feira (07), ou seja, más condições de
trabalho, desaparelhamento
da polícia, corte do orçamento, perdas salariais. A concentração será na Superintendência da PF, no Cais do Apolo a
partir das nove horas, onde os policiais irão oferecer café da manhã.
Uma das principais
revoltas dos profissionais da PF é contra uma política de Segurança Pública que
não valoriza os servidores, cujo trabalho é combater o tráfico de drogas, armas
e a corrupção em nosso país. E isso vai da falta de investimento em melhores
condições de trabalho a defasagens salariais. A categoria amarga um
congelamento salarial de cinco anos, imposto pelo Governo Federal, já que o
último reajuste simbólico foi de 3,4% em 2009 e a conseqüência são perdas
salariais superiores a 40%.
Outra
reclamação dos policiais federais é que, faltando apenas quatro meses para uma
Copa do Mundo no país, não existe ainda um planejamento concreto em relação à
segurança. Ao mesmo tempo
a FENAPEF denuncia que o trabalho da Polícia Federal no combate à corrupção
está incomodando e fazendo com que a categoria seja “castigada” pelo Poder executivo.
O resultado é que tamanha
crise tem provocado conseqüências devastadoras entre a categoria e até gerado um
número de suicídios gritante – A PF hoje é considerada a categoria que
apresenta o maior índice de suicídio do país. Outro agravante diz respeito às
evasões de profissionais, chegando a 250 policiais federais por ano, em todo o
Brasil, que estão migrando para outros órgãos através de novos concursos
públicos.
Além disso, só no ano
passado 230 agentes federais abriram mão da profissão. Dos cargos esvaziados,
metade desistiu no início da carreira, sem citar o comportamento dos policiais
mais antigos, que contam os dias para se aposentar.
Conforme informações do
Ministério do Planejamento existem aproximadamente três mil cargos policiais
autorizados por Lei, mas ainda não ocupados na PF.
Segundo
o presidente do SINPEF/PE Marcelo Pires, a expectativa é que a greve de amanhã
tenha uma adesão significativa e que a maioria das atividades em Pernambuco seja
suspensa, permanecendo em atividade, 30% do efetivo – conforme exigência em lei
-, tanto na Superintendência, quanto em unidades da Polícia Federal no
aeroporto, Porto do Recife e nos municípios de Caruaru e Salgueiro.
Da diretoria de comunicação do SINPEF
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