Presidente do diretório municipal do partido avante no Recife, prestou depoimento em cartório onde deixou claro que sempre suspeitou de irregularidades na candidatura de mulheres na chapa para as eleições do ano passado.
Um processo para investigar possível irregularidade na chapa do partido AVANTE para vereadores do Recife nas eleições do ano passado foi aberto na justiça eleitoral. A suspeita é que a sigla usou candidaturas “laranja” para compor o percentual feminino exigido pela legislação vigente.
São quatro mulheres que sequer tiveram o próprio voto. Ao avaliar os indícios de ilegalidade, o Ministério Público Eleitoral, imediatamente, orientou a abertura de um processo, que já está em andamento, e pode terminar com a cassação de toda a chapa, inclusive de dois candidatos eleitos. Isso mudaria a formatação atual da câmara de vereadores do Recife.
Uma das candidatas “laranja” já afirmou em depoimento feito em cartório, que teve a assinatura falsificada, pois nunca teve interesse na candidatura, inclusive por apoiar outro candidato a vereador da capital pernambucana. Ela teme ser responsabilizada por qualquer crime que tenha sido cometido e está sendo representada pelo advogado Matheus Calado, que já deu entrevista à Rádio CBN confirmando as alegações da cliente sobre ter sido usada pelo partido AVANTE somente para que a sigla conseguisse atingir o número mínimo de candidatas mulheres para concorrer ao pleito.
Agora foi a vez do presidente do diretório Recife do AVANTE, Rodolfo Albuquerque, se manifestar, também em cartório. Ele atesta categoricamente que exercia o cargo de presidente municipal por mera formalidade, ou seja: era um presidente de “fachada”.
Segundo o documento público, Rodolfo Albuquerque alega que assumiu o posto por exigência dos próprios candidatos da chapa, que racharam com o então presidente, Fábio Gomes, por ele ter afirmado que não seria candidato e, na hora “H”, ter registrado sua candidatura. Ainda segundo Rodolfo, era Fábio Gomes quem, de fato, construiu a chapa, contando, inclusive, com mulheres que nunca foram vistas em reuniões do diretório e nem mesmo se manifestavam em grupos de WhatsApp.
Rodolfo Albuquerque diz no depoimento que sempre percebeu algo estranho, mas sempre que tentava intervir, era rechaçado por Fábio Gomes, que alegava ser o verdadeiro mandatário do partido no Recife. Ainda segundo o depoimento de Rodolfo Albuquerque, a chapa parecia discordar das atitudes de Fábio. Em reuniões entre os pré-candidatos, ele alega ter presenciado gritos, discórdia e murros na mesa.
Rodolfo parece querer se adiantar a uma possível intimação para depor, o que deve ocorrer em breve, vislumbrando possíveis punições aos responsáveis pela inscrição da chapa suspeita. Resta aguardar o posicionamento da justiça, uma vez que fatos semelhantes, em outros municípios do Brasil, já tiveram decisões que mudaram o resultado das eleições, com a cassação de mandato de vereadores eleitos em chapas com a presença de candidatas laranjas.
Foto: Divulgação
Site Portal de Prefeitura
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