Pela primeira vez, pesquisadores identificaram as principais diferenças entre o microbioma bacteriano do intestino de soropositivos e indivíduos não infectados pelo HIV. Segundo eles, as alterações dos tipos de bactéria após a entrada do vírus no organismo humano pode ser um dos fatores que desencadeiam a progressão da infecção para a Aids. Os dados foram publicados na edição de hoje da revista Science Translational Medicine por cientistas do Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Eles sugerem que o desenvolvimento de terapias para a manipulação desse microbioma pode levar a grandes benefícios, como retardar o desenvolvimento consequente da imunodeficiência.
Foi analisado o material intestinal de 24 pessoas infectadas pelo vírus da Aids com o de indivíduos de um grupo de controle. Os pesquisadores descobriram que o primeiro conjunto de voluntários tinha uma comunidade muito diferente de bactérias. Além disso, um grande número desses micro-organismos prejudiciais, como as pseudomonas, a Escherichia coli, as salmonellas e o os staphylococcus, eram muito mais abundantes em indivíduos infectados pelo HIV. “Também descobrimos que algumas dessas bactérias podem estar diretamente enfraquecendo a barreira e o sistema imunitário do intestino, de modo que essa ação pode ser particularmente prejudicial para os indivíduos infectados pelo HIV”, afirma o autor principal do estudo, Ivan Vujkovic-Cvijin ao Correio.
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