pt src= Dani Nurse Blog: Devolva o meu sotaque!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Devolva o meu sotaque!


Sou do Recife, a maior cidade pequena do mundo. Por aqui, mania de grandeza é bóia: temos o maior Shopping da América Latina (improvável), a maior avenida em linha reta do Brasil (duvide-o-dó), o maior bloco de carnaval ao ar livre do planeta (vá lá, esse pode até ser), somos recordistas em ataques de tubarão, temos o canal mais fedorento do mundo (isso eu tenho quase certeza que é verdade) e que, além de fedorento tem as únicas comportas em forma de caranguejo do universo.
É assim, a gente se orgulha de tudo, uma resenha.
Ok, exagero, eu sei! Deixemos esse bairrismo exacerbado de lado, mas precisei exemplificá-lo para que você, leitor de qualquer outra parte do mundo, entenda como a gente fica arretado ao ver o galã da telenovela das seis dizer um VISSE no lugar errado, com a entonação errada, na frase errada!
Nada contra essa “nordestinização” globalizada. Mas, já que vai fazer, movéi, que faça direito. Ainda não vi na história novelística brasileira, um ator/atriz (Suzanna Vieira inclusive e principalmente) que tenha entoado um sotaque de forma convincente.
A historinha televisiva é bonita, tem uma direção de arte linda, figurino interessante, mas porque, eu pergunto, insistir nesse danado desse sotaque que atores cariocas/paulistas não dominam? Vôte!
Não podia ser simplesmente como a outra telenovela que se passava na Índia, mas que todo mundo falava português? Licença poética! É de mentirinha, a gente já sabe disso, então pode tudo. Só não pode grear com sotaque dos outros. Sem fuleragem, né?
A gente já tem que engolir ser chamado de “paraíba” a vida toda (nada contra, muito pelo contrário, amo meus vizinhos paraibanos) mas, cada um no seu quadrado!
Sabe aquela aula de geografia que você faltou? Pois foi justamente nela que ensinava que Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará são lugares DIFERENTES. Parecidos, mas diferentes.
Já pensou eu chegar no Rio chamando carioca de paulista? Tu não ia estilar?
- Oxe, mas é bem pertinho e (pra gente) o sotaque é quase igual. Pode não?
Pode não! Paraibano é paraibano e pernambucano é massa. Eita, deixei escapar odanado do bairrismo que tava escondido debaixo do tapete, foi mal aí, movéi.
Desculpem o arrudeio, mas é porque OXE e EITA são assuntos importantes pelas bandas de cá, VISSE?

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali.Ela também tem um blog -Batida Salve Todos

4 comentários:

  1. Excelente texto! Parabéns! Só gostaria de acrescentar que no interior de Pernambuco, o "visse" foi sintetizado para o "VI", somente.

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  2. Danielle antes de colocar um texto desses vc deveria se ouvir falando primeiro, é bem irritante vc uma pernambucana usar um dialeto carioca muito forçado por sinal.

    Obs. Critica construtiva ok não precisa divulgar.

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  3. Caro anônimo, primeiramente antes de fazer uma crítica "construtiva" você deveria ter caráter suficiente para assumir sua identidade. Em segundo lugar procurar se informar para não falar asneiras chamando-as de crítica construtiva pois está claro para quem lê que é sim uma crítica pejorativa e invejosa. Pois bem,sou Pernambucana com muito orgulho mas fui criada na cidade do Rio de Janeiro com muito orgulho também, e foi lá que eu aprendi a dizer as minhas primeiras palavras(foram quase vinte anos no total de morada em terras cariocas), por isso é tão difícil perder o sotaque que você diz ser forçado, mas não é. É natural mesmo e hoje eu o julgo bem misturado com o daqui. Infelizmente não posso fazer nada quanto a isso, mas tenho uma sugestão, quando eu estiver falando você abaixe ou até desligue o rádio, graças a Deus estou com a aprovação da maioria dos ouvintes e a prova disso, é que em breve ao que tudo indica você me escutará muito mais na rádio. Infelizmente ninguém pode agradar a todo mundo, comigo não seria diferente. Grande abraço, volte sempre,estarei orando por ti.

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  4. Ah, só mais uma coisa! Eu sempre gravo e me escuto falando na rádio, pois sou extremamente auto-crítica, então como disse procure se informar...

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