Cerca de 300 mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra
(MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) invadiram, na manhã da última
sexta-feira (8) a Usina Maravilha, desativada, no município de Goiana
(PE). Logo em seguida, saiu em caminhada pela BR-101, prejudicando o já
difícil tráfego na área - devido a obras - por 50 minutos.
A
ação, que integrou a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem-Terra,
teve como alvos de cobrança por reforma agrária o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o governo de Pernambuco. Do
Incra, reivindicam uma força tarefa para desapropriar terras das usinas
de cana-de-açúcar Maravilha e Cruangi, que pertencem a uma mesma família
e já formaram um único grupo econômico. A primeira está falida e a
segunda está sem pagar a 3,6 mil trabalhadores desde o ano passado, tem
débitos com o fisco federal e foi alvo de denúncia de trabalho infantil
em 2009. Do governador Eduardo Campos (PSB), querem que ele dê à reforma
agrária a mesma prioridade que concede aos empreendimentos econômicos
que se instalam no Estado.
"O governo estadual pagou R$ 25
milhões para comprar terra do Grupo Cruangi para dar à montadora da
Fiat", afirmou a integrante da direção estadual da CPT, Marluce Melo.
"Se pode desapropriar terra para Fiat, que o faça também para a reforma
agrária". A Fiat inicia a construção de uma montadora em uma área
próxima, às margens da BR-101, em Goiana, onde também estão sendo
instaladas uma fábrica de hemoderivados da Hemobras e uma unidade de
vidros planos da CVBT que deverá atender à montadora.
Fonte: www.em.com.br
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