pt src= Dani Nurse Blog: Falando Francamente o acadêmico de direito João Guilherme Guerra Cavalcanti

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Falando Francamente o acadêmico de direito João Guilherme Guerra Cavalcanti


Partido.


  

 Palavra polissêmica, que pode designar sentidos diversos, a depender do contexto em que se localiza, ou seja, mais uma palavra influenciada pelo meio. Em vernáculo popular, palavra corrupta, prostituta, assim como a maioria das palavras da língua portuguesa.


Partido pode representar o triste fim da despedida, quando, no particípio do verbo partir, indica que alguém havia partido para outras terras, ou até para outra dimensão, deixando lembranças, saudades e outros tantos sentimentos que podem habitar o Ser - humano.
Ainda como verbo, também na forma de particípio, Partido pode demonstrar a bondade de um Ser que veio para pregar a paz e o amor, dividindo um único pão, Partindo-o em iguais partes para milhares de pessoas.


Mudando de classe gramatical, agora como substantivo, Partido indica uma atitude digna de nota, de nobreza inestimável, qual seja, a atitude de adotar uma postura diante de tantas outras possíveis, para defender uma posição ou opinião em que se acredita.
Dentre tantos outros significados que nosso belo idioma possibilita existir, fiquemos com o último apontado, com o substantivo que revela na substância, na essência, as características da Coragem, da Força, e da Honestidade. Coragem para assumir que prefere uma opinião e não outra, mormente quando a preferida faz parte da minoria. Força para enfrentar quem não admite a postura adotada, oferecendo resistência, e continuar adotando esta postura. E, finalmente, Honestidade, para não cair na tentação de ser hipócrita e defender algo sem acreditar no que se defende, ou ainda para não levantar uma bandeira com interesses profanos.
Enfim, este é o sentido verdadeiro de Partido em sua conotação política, em cujo âmbito grupos de opiniões assemelhadas se juntam com o propósito de ganhar força na defesa de determinadas causas, afinal ‘‘sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade’’, como nos revelou o poeta Raul Seixas, em sua música Prelúdio, citando Jonh Lenon.
Infelizmente, porém, esta palavra, dotada de um significado tão nobre, foi banalizada e distorcida pelos interesses escusos e terrenos do homem.
Não se pode admitir que uma instituição com tamanha magnitude perca seu verdadeiro sentido e seja utilizada para nomear bandos de seres desprovidos de humanidade que se aliam a outros de igual nível com o único objetivo de angariar votos e continuar aumentando, ilicitamente e às custas alheias, seu poder econômico.
A Honestidade já não adjetiva o substantivo em questão, haja vista que a última coisa que se defende é no que se acredita. Força e Coragem também já não há, posto que basta observar que a opinião inicialmente adotada está enfraquecendo que se muda de lado, vendendo a consciência e abandonando os fiéis que integravam o mesmo grupo.
Pois é. E assim se troca de lado mais do que se troca a roupa do corpo, e se vai tentando se sustentar na corda bamba que é a ignorância do povo. Pena que esta existe, do contrário os equilibristas já estariam habitando as profundezas do esquecimento.
É um ciclo vicioso. A ignorância do povo mantém os prostitutos desonestos, fracos e covardes no poder e estes, por sua vez, se apóiam naquela. E assim vai ser até a vinda de um novo Messias.
Enquanto isso, a única coisa que não podemos cogitar em fazer é esperar!
Procuremos!

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