Policiais usaram pão com carne para afastar animal e retirar corpo.
De volta ao local, bicho foi levado por pessoa que se disse parente.
O cão que emocionou policiais militares por montar uma espécie de vigília ao lado do corpo do dono no Distrito Federal foi furtado, de acordo com a família do homem. A morte aconteceu na quadra
poliesportiva do Centro de Ensino Médio 2 de Ceilândia, enquanto eles passeavam na noite de sexta-feira (18). Foi preciso oferecer pão com carne para que o bicho para se afastasse um pouco e deixasse o Instituto Médico Legal retirar o corpo.
No dia seguinte, o cachorro permanecia no mesmo lugar. Uma pessoa que se disse parente da vítima o levou, e não há informações sobre o paradeiro do animal. O dono até então não havia sido identificado, porque estava sem documentos quando saiu para passear com o bicho.
Cunhado da vítima, o motorista Fábio de Sousa Sobrinho conta que o labrador tem 1 ano e 2 meses. “O Faísca na verdade é do meu filho. Mas, como nos mudamos há dois meses para um apartamento, meu cunhado ficou cuidando dele. É angustiante demais. O sofrimento é ainda maior. Além da perda do ente querido, tem a do animal, que a gente cria desde pequenininho, dentro de casa, e vê acontecer isso.”
Sobrinho afirma que, junto com o filho, percorreu as ruas próximas ao colégio, mas não achou nenhuma pista do cachorro. A família busca imagens de circuito de segurança para tentar achar o animal, para depois poder denunciar o caso à Polícia Civil.
Responsável por atender a ocorrência, o capitão Márcio Soares Bezerra lembra o cão não queria sair de perto do corpo do dono de forma alguma. “O cachorro ficou ao lado dele, um labrador preto. Esse cachorro não deixava ninguém chegar perto, como se protegesse ele. Deu um pouco de trabalho para a gente.”
Soares conta ainda que o bicho não se deixou ser capturado e que, como nenhum parente do dono apareceu, acabou ficando na rua. No dia seguinte, a equipe voltou ao local e encontrou o cachorro deitado onde antes estava o corpo do dono.
“A gente ficou preocupado com o cachorro e voltou. Mas era ir perto dele que ele rosnava”, afirma. "Todo mundo que aparecia ele levantava a cara, como se olhando se era o dono. Aí não era, ele deitava.”
O animal só deixou a quadra depois que uma pessoa, que se disse parente do dono, apareceu e o chamou. O capitão disse ter se sensibilizado com a postura do cachorro. "Comoveu muito. Eu tinha cachorro, e a gente sabe da fidelidade do cachorro. Ele foi muito fiel ao dono. Ficou lá protegendo ele. Para quem gosta de animal, foi comovente."
Vítima
De acordo com Sobrinho, as causas da morte do cunhado ainda estão sendo investigadas. O prazo pedido pelo Instituto Médico Legal é de 60 dias. O homem tinha 40 anos e foi enterrado neste domingo. “Ele não tinha problema de saúde. Nunca reclamou de uma dor de cabeça, praticava esporte, corria. Na certidão de óbito está para esclarecer”, afirma.
Fonte: G1
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