Um acidente deformou a mão de uma criança de sete anos, na Zona Rural de Lajedo, no Agreste. João Rocha Rodrigues mexeu na espingarda soca-soca do pai e acabou atirando em sua própria mão esquerda. O disparo destruiu três dedos e parte de um. O garoto precisou passar por uma cirurgia de reconstituição, nesta quinta-feira (17), que durou quatro horas. Ele está internado no Hospital SOS MÃO, na Ilha do Leite, no Recife, e passa bem, com previsão de alta para a próxima segunda-feira.
Em choque, o menino não conseguiu dizer como tudo aconteceu.
De acordo com a mãe da criança, a dona de casa Maria Marinete Rocha, o seu esposo, o trabalhador rural Antônio Rodrigues Filho, teve a arma apreendida pela polícia e teria sido levado para prestar depoimento. Mas o delegado Antônio Bezerra, que investiga o caso, afirmou que até o momento não conseguiu ouvir ninguém porque acumula outras seis delegacias na região. “Ele guardava a arma em casa porque saía para caçar. Eu disse para quando ele chegar descarregar a espingarda por causa dos meninos pequenos, mas ele fazia de conta que não ouvia”, relatou. Ela tem outros dois filhos de 15 e 19 anos.
O médico que operou João Rocha, o especialista em cirurgia da mão e microcirurgia Rui Ferreira, considerou a lesão como muito grave. “Destruiu completamente três dedos. Dos pedacinhos dos que sobraram eu reconstruí o que deu para ele ficar com a mão útil. É algo assustador”, destacou. Ele alertou para o índice de acidentes domésticos que lesionam as mãos. De acordo com Rui Ferreira, 35% de todos as ocorrências de mão acontecem em casa e a maioria das vítimas são crianças com idades variando entre 1 e 7 anos. “São desastres com portas, choque elétrico e facas. A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, inclusive, fez campanhas de prevenção, mas o número é alto”, enfatizou.
Ainda de acordo com o médico, a faixa etária de um ano é mais vulnerável a choque elétrico, acidentes com porta e machucão em cadeiras, por causa do tamanho da criança. Já as crianças a partir de cinco anos são mais vitimadas por facas, correntes de bicicleta ou moto. A cirurgia de João Rocha Rodrigues foi custeada pela parceria entre o SUS e o hospital, mas custaria cerca de R$ 35 mil na rede privada.
Com informações de www.diariodepernambuco.com.br
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