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sábado, 15 de outubro de 2011

Juvenato Maria Auxiliadora comemora o dia do professor promovendo momento com os professores

Ontem(14/10) no Juvenato Maria Auxiliadora de Carpina aconteceu durante manhã e tarde onde também foi servido um almoço, um momento especial com os professores onde foi feita uma reflexão sobre o que é ser professor nos dias de hoje. Foi discutida a integridade física e mental dos mesmos e os desafios da trajetória dessa complexa e árdua profissão: Educador. Entre os que fizeram parte do evento estava o ex-presidente do PSB e professor de filosofia da UFPE, Valteir Silva que me concedeu entrevista:
Dani Nurse-Para que âmbito sua palestra levou aos professores a refletir?
Professor Valteir Silva- Uma reflexão sobre a situação do professor. Essa questão abrange a questão salarial, o professor continua ganhando muito pouco, a desvalorização também do status do professor, pois hoje ele não tem mais o prestígio que tinha outrora, os professores hoje segundo alguns dados, saem das classes C e D, ele não está saindo mais da classe média como antigamente, enfim, o professor hoje vive numa situação não de penúria, mas de injustiça social.
Dani Nurse- Pelo menos em minha concepção a profissão de professor deveria ser a mais valorizada pois é através dela que surge o médico, o engenheiro...
Professor Valteir Silva- Eu concordo com você citando a Coréia do Sul há umas poucas décadas atrás o salário do professor era um salário irrisório, porém decidiram estabelecer por lei constitucionalmente que o salário do professor deveria ser o maior salário do país. Países como a França, Alemanha, Inglaterra, sobre tudo os Estados Unidos os professores são muito bem remunerados. Mas porque essa valorização? essa necessidade aqui no Brasil de valorizar o professor além do médico? Do policial? Além do bombeiro? Porque depende do professor a formação das novas gerações. É verdade que se tem educação em casa, mas a educação de casa não é a educação formal que é dada na escola. A educação de casa não faz avaliações como as realizadas no espaço da classe escolar. Então um país como o Brasil, com o território que tem, com esse potencial energético que possui, com sua população em crescimento, o Brasil está caminhando para 200 milhões de habitantes, mas ainda é um país capenga no que se refere a educação do seu povo.
Dani Nurse- Qual o maior desafio que o professor enfrenta nos dias de hoje?
Professor Valteir Silva- O maior desafio hoje antes do desafio salarial é a própria identidade do professor. Eu ousaria dizer que o professor hoje não sabe mais quem ele é. Já disseram no passado que ele era mestre, depois começaram a dizer que ele era trabalhador na educação, enfim, ele é um ser humano complexo, afinal de contas ele é o que? Ele é um formador de cidadão? O que ele é? Ele é mão de obra? A setores que empresariais aqui no Brasil e no capitalismo aqui do ocidente que a educação é negócio, é mercado. Então, o professor é visto como mão de obra. Como é visto um pedreiro, carpinteiro, marceneiro. Essa mentalidade aqui no Brasil tem que mudar. O professor quando não dispõe por ter um baixo salário, de meios para comprar livros, revistas, documentários etc, fica limitado, o nível intelectual dele fica estacionado, ele não consegue alcançar outros horizontes de investigação, de percepção pelo fato de ter estes limites que geram um circulo vicioso repercutindo na política. Como assim? Quando o professor é fraco, um professor é insuficiente, as aulas são fracas, os alunos tem uma formação limitada, e o eleitorado nosso? Eu vou citar só um dado. No Brasil tenho dados do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil  tem atualmente 8 milhões de eleitores analfabetos e 5 milhões de eleitores diplomados ou seja, mais analfabetos que diplomados.
Dani Nurse- Professor Valteir, se o senhor pudesse deixar uma recado neste momento para os alunos ou para as autoridades, quem escolheria como prioridade?
Professor Valteir Silva- Aos alunos, as famílias e a população. Se nós ficarmos esperando que os governos, ministros e secretários tomem iniciativa, eles não tomarão nunca, educar é um ato político, quanto mais esclarecido o cidadão, mais rigoroso ele se torna no que se refere ao voto que ele vai dar e mais, ele vai querer se candidatar também, quanto mais esclarecido, ele passa a ter consciência de seus direitos civis.

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