O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta
segunda-feira uma nota repudiando o acordo entre Brasil e Cuba, que
prevê a vinda de 6 mil médicos cubanos para atuar em regiões carentes do
País. Além de questionar a qualidade dos médicos estrangeiros, a
entidade afirmou que a ação demonstra uma intenção política e eleitoral
do governo.
"O Conselho Federal de Medicina condena veemente
qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos
estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no
exterior sem sua respectiva revalidação. Medidas neste sentido ferem a
lei, configuram uma pseudoassistência com maiores riscos para a
população e, por isso, além de temporários, são temerários por se
caracterizarem como programas político-eleitorais", diz a nota.
A entidade ainda propõe a criação de uma carreira de
Estado para médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), para suprir a falta
de profissionais na rede e reivindica mais recursos para o setor, "um
mínimo de 10% da receita bruta da União".
Ainda de acordo com a nota, o CFM diz que, juntamente
com os Conselhos Regionais de Medicina, "envidarão todos os esforços
possíveis e necessários, inclusive as medidas jurídicas cabíveis, para
assegurar o Estado Democrático de Direito no País, com base na dignidade
humana".
Contratação de cubanos pretende suprir déficit
O governo brasileiro está negociando a contratação de cerca de 6 mil médicos cubanos para atender à demanda por profissionais no País, especialmente em cidades menores.
O governo brasileiro está negociando a contratação de cerca de 6 mil médicos cubanos para atender à demanda por profissionais no País, especialmente em cidades menores.
“Estamos
nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista
do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma
cooperação que tem grande potencial promissora e a qual também
atribuímos um valor estratégico”, afirmou o ministro de Relações
Exteriores, Antonio Patriota.
O
assunto foi um dos temas do encontro do chanceler brasileiro com o
ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez. A presidente
Dilma Rousseff já havia se posicionado a favor da contratação de
estrangeiros - antes se falava na contratação de médicos portugueses e
espanhóis.
“Cuba
tem uma proficiência grande nessa área de medicina, farmacêuticos,
biotecnologia, e o Brasil está examinando a possibilidade de acolher um
número através de conversas que envolvem a Organização Pan Americana de
Saúde, a OPAS, e está se pensando em algo em torno de 6 mil ou pouco
mais”, afirmou Patriota.
Fonte: noticias.terra.com.br
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