A coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI sobre o caso Beatriz foi tema de debates na segunda Reunião Plenária da Alepe em 2022, realizada nesta quarta. Um dos proponentes da investigação, que ainda não conta com as 17 assinaturas necessárias para seu início, é o deputado Romero Albuquerque, do PP. Em discurso, ele defendeu a criação da comissão de inquérito para esclarecer as circunstâncias do assassinato da menina de seis anos, ocorrido em dezembro de 2015, em Petrolina, no Sertão do São Francisco.
O deputado rebateu críticas à proposta de investigação parlamentar, classificando o tema como uma questão apartidária, e cobrou a posição de parlamentares ligados à causa para que seja alcançado o número de 17 assinaturas necessárias para a criação da CPI. “Pessoas que se dizem defensoras dos direitos humanos, dos direitos das mulheres, mas esquecem do assassinato que aconteceu com a menina Beatriz. (…) Eu gostaria de pedir que a delegada Gleide Ângelo, que vem desde então sem responder às minhas mensagens, pudesse dar um posicionamento sobre esse caso, já que ela foi coordenadora das investigações por quase dois anos”.
O parlamentar também relatou que o mandato coletivo Juntas, do PSOL, se negou a assinar o documento, apesar de ter sinalizado inicialmente que apoiaria a investigação na Alepe. Os outros dois autores do pedido de investigação manifestaram apoio. Clarissa Tércio, do PSC, ressaltou que a família de Beatriz aguarda há seis anos por respostas e que o caso é um tema de interesse público que deveria ser enfrentado pelo Legislativo estadual. Já Joel da Harpa, do PP, cobrou o posicionamento dos parlamentares ligados à segurança pública e defendeu que o caso precisa ser tratado de forma transparente, pois tem grande repercussão.
Em resposta, Teresa Leitão, do PT, destacou que o principal suspeito foi identificado recentemente e que diversas forças políticas do campo progressista apoiaram o pleito da família de Beatriz em favor da federalização do caso, e, portanto, a investigação deveria seguir avançando no âmbito policial. Dulci Amorim, do mesmo partido, informou que está em contato com a presidência da Alepe para que seja autorizada a realização de uma audiência pública sobre o caso. Ela afirmou que criar a CPI antes de uma escuta pública sobre as novidades da investigação policial seria queimar etapas. “Creio que é a partir justamente da audiência pública que a gente vai ter respostas mais coesas, respostas mais precisas, para saber da necessidade da CPI e até já ter um objeto mais direcionado, o qual se deseja investigar”.
Em contraponto, Romero Albuquerque lembrou que não há regra que determine a necessidade de realizar audiência pública antes da abertura de CPI e salientou que a mãe de Beatriz é favorável à investigação legislativa.
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